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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Para acabar de vez com a "telenovela" da Caixa Geral de Depósitos


A polémica à volta da situação dos novos administradores da Caixa Geral de Depósitos já se arrasta há demasiado tempo e está a tornar-se num grande pedregulho no “sapato” do actual governo.

O processo foi conduzido mal desde o princípio, com reuniões secretas e promessas de regalias que escandalizam um país ainda a sair de um duro e injusto resgate.

Se o salário dos gestores já era um tema escaldante,  depois de anos de ataque aos salários e às pensões dos funcionários públicos e ainda por cima num sector, como o círculo restrito dos banqueiros, de onde emanam as opiniões diárias sobre os salários dos portugueses “acima das possibilidades” e o receios pelo “aumento do salário mínimo”, a reacção dos gestores nomeados para a CGD à obrigação legal de apresentarem ao Tribunal Constitucional as respectivas declarações de rendimento deixou de ser um caso de legalidade, passou a ser uma questão de ética e credibilidade.

Não concordo com a devassa pública sobre os rendimentos desses gestores, mas não é essa a questão. O tribunal Constitucional , de acordo com a lei, deve ter conhecimento desses dados e avalizar da sua legalidade, sem os poder divulgar publicamente. E, havendo alguma ilegalidade, deve encaminhar a informação para os tribunais, chumbando para o cargo quem estiver nessa situação. Tão simples como isso.

Ora o que acontece é que a recusa daqueles administradores em presentarem essa informação, à qual estão legalmente obrigados, e, mais grave ainda, sabendo-se que alguma da informação que já prestaram está incorrecta ou incompleta, minaram qualquer credibilidade que deve ter um gestor público que lida com o dinheiro dos cidadãos.

Costuma-se dizer que quem não deve não teme e queles gestores, mesmo que não tenham nada a esconder, têm-se comportado como se andassem a esconder alguma coisa do Tribunal Constitucional.

Por isso, daqui para frente, não têm qualquer credibilidade para o exercício do cargo e devem-se demitir (ou ser demitidos) o mais rapidamente possível para não causarem mais danos a um banco como a CGD, danos que se vão reflectir, mais tarde ou mais cedo, nas finanças do país e no bolso dos contribuintes.
 
A actual situação só interessa aos que pretendem a privatização da CGD...não será essa a intenção dos que a descredibilizam!!!???

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