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quarta-feira, 8 de maio de 2024

O que faz Israel no Festival da Eurovisão?


Imagem do dia, no dia em que teve inicio o grande espectáculo da hipocrisia que é  o Festival da Canção Eurovisão: o criminoso exército de Israel filma a entrada em Rafah dos seus tanques que avançam sobre umas bandeira, que destroem à sua passagem. São bandeiras dos terroristas criminosos do Hamas? Não! São bandeiras da Palestina!

Com esta imagem simbólica fica óbvio ao que vai o criminoso exército de Israel, destruir o que resta da Palestina, aproveitar a resposta aos crimes do Hamas para submeter de vez os palestinianos, recorrendo ao genocídio e a métodos que nada ficam a dever aos usados pelos nazis na 2ª Guerra. O Hamas, recorde-se, é uma organização terrorista fomentada por Israel, para enfraquecer a autoridade palestiniana, e que fugiu do controle do “criador” (tal como aconteceu com os Estados Unidos em relação ao Daesh e aos talibãs).

Voltando ao Festival da canção. Nunca percebi o que fazia Israel num festival europeu da canção. O mesmo posso dizer em relação à presença das suas equipas em campeonatos desportivos europeus.

Muito menos se percebe a presença desse país nas actuais circunstâncias, principalmente se tivermos presente a forma como a Rússia foi expulsa do certame e de todas as provas desportivas.

Qual é a diferença entre os crimes de Israel na Palestina, desde há décadas, e os crimes da Rússia na Ucrânia, desde há dois anos?

Embora não seja adepto que se misture a política com a arte, a cultura e o desporto, até porque nasci em plena época da guerra fria onde, no desporto, nas artes e na cultura, era possível o convívio entre as diferenças políticas, até compreendo a iniciativa que foi tomada em relação à Rússia, impedindo-as de participar em eventos desportivos e culturais.

Abriu-se um precedente que, em coerência, devia ser continuado e devia servir de aviso a quem quisesse enveredar pela violação do direito internacional e recorrer à guerra para impor a sua vontade imperialista ou nacionalista.

Era isso que se esperava face à resposta desproporcionada dos criminosos governo e exército Israelitas aos crimes do Hamas.

Ficou ainda mais evidente que o chamado “Ocidente” usa dois pesos e duas medidas nas relações internacionais.

Aliás, a acção de Israel, não só na faixa de Gaza mas, desde há muito, na Cisjordânia, tem atingido níveis de violência e criminalidade que fazem de Putin um menino do côro.

Recorde-se a descoberta de valas comuns em Gaza, obra do criminoso exército Israelita, cujas provas de violência não são muito diferentes das encontradas em Bucha. Só que neste caso se avançou rapidamente, e bem, para processos penais por crimes de guerra, mas, no caso de Israel, a situação é tratada com pinças e tenta-se fazer com que esses crimes caiam no esquecimento.

O “ocidente”, de má consciência em relação às perseguições histórica aos judeus e ao Holocausto, cede à retórica do criminoso governo de Israel e à sua chantagem emocional.

Para os criminosos governo e exército de Israel e para os seus apoiantes eleitorais, qualquer condenação dos crimes de Israel é acusado de “antisemitismo”.

Contudo, quem está a prestar um bom trabalho ao crescimento do antissemitismo é o próprio governo criminosos de Israel e os seus apoiantes, que, todos os dias, com os seus crimes, envergonham e emporcalham a memória das vítimas do Holocausto.

Com a política de dois pesos e duas medidas, face a Israel e à sua criminosa agressão aos palestinianos, e face aos russos e à sua criminosa agressão aos ucranianos, o “ocidente” só se está a desacreditar face ao resto do mundo e, quem vai pagar caro essa atitude, são, no imediato, os palestinianos, a prazo a causa ucraniana e, a um prazo mais dilatado, os próprios Israelitas e europeus.

Não se percebe que se expulse a Rússia do Festival da canção e de outros eventos, e se mantenha a presença de Israel. Qual a diferença dos crimes desses dois países?

Aliás, não deixa de ser tristemente curiosa, mesmo lamentável, a atitude do poder Ucraniano em Relação a Israel. Estou mesmo curioso de ver qual vai ser a votação do júri ucraniano em relação à canção de Israel.

Em relação ao Festival da Canção, a qualidade e a criatividade artística , com raras e honrosas excepções, costumam ficar à porta desse desfile de vaidades e hipocrisias.

O resto é política, umas vezes na promoção de poderosas editoras, outras vezes a política pura e dura, como assistimos mais uma vez!